Porto Alegre, 17.04.2019
Agora são 06h10 de quarta-feira, no horário de Porto Alegre, Brasil. Aqui no beco onde resido, no Centro Histórico da Capital Gaucha, eu estou atento a tudo o que aconteceu ontem na Capital Federal.
Foi um dia intenso no Planalto, foi um dia tenso para agentes econômicos e para o mercado. Contudo é preciso confessar que tudo isso que aconteceu hoje já estava, mais ou menos, previsto.
A situação que se criou em torno da paralisação dos caminhoneiros e que interrompeu a incipiente retomada da economia que estava acontecendo em maio de 2018, voltou à baila na semana passada, tão logo o presidente da República suspendeu o aumento programado de 5,7% para o diesel por parte da Petrobras.
O governo venceu as eleições com discurso que não iria interferir na Economia, mas interferiu. Por outro lado, em um Brasil em crise é difícil imaginar que a frota dos caminhoneiros teria condições de absorver tal avanço das despesas frente à tanta fragilidade da economia.
Em suma, o governo não deveria impedir o incremento dos preços dos combustíveis porque afetaria a receita da empresa e, paralelamente, precisaria dar algum apoio aos transportadores para evitar que o fenômeno da paralisação viesse a se repetir.
Fazer o quê?
Ontem houve reunião do presidente com os ministros da Economia e de Minas e Energia, onde ele confirmou a autonomia da Petrobrás em fixar os preços.
Ontem, também, foi confirmada a disponibilidade de recursos para atender os caminhoneiros, seja na alocação de R$ 2 bilhões para melhora das rodovias e portos, seja na linha de crédito de R$ 30 mil para a compra de pneus junto ao Banco do Brasil para os caminhoneiros autônomos.
Finalmente, face a capacidade de aglutinação das lideranças dos caminhoneiros demonstrada em maio do ano passado, o governo precisava agir.
As medidas propostas podem até ser consideradas tímidas, mas não sei se havia algo mais a realizar face à urgência do momento. A situação era e é muito delicada.
FOTO ABAIXO: Avenida Senador Salgado Filho, Porto Alegre, abril de 2019.17