Porto Alegre, 10 de janeiro de 2021
Horário oficial do beco da Rua João Manoel, 12h10, 31 graus, 48 % umidade
A par das atividades em economia, eu procuro me manter ligado em Esportes. Ao vivo. Dificilmente eu assisto uma partida encerrada. Nada do que já passou, tudo ao vivo. Parece-me que a emoção está aí.
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Eu aproveito esse domingo para fazer um comentário. Daqueles que muitos já podem ter percebido e eu, apenas, só agora me dei conta.
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Até à pandemia, o estilo praticado pelo clubes europeus, e, creio, por todas as principais praças do esporte bretão, foi aquele introduzido por Josep Guardiola. O Barcelona foi um clube muito bem sucedido por alguns anos. O técnico migrou, então, de La Liga para a Primier League.
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No Reino Unido Josep Guardiola repetiu a dose e tornou o Manchester City um clube de muito sucesso. O clube foi campeão na temporada 2917-18 e se tornou bicampeão na temporada 2018-19.
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Tendo em vista que há muitos clubes ingleses com muitos títulos – Manchester United (20), Liverpool (19), Arsenal (13), Everton (9), Aston Villa (7) – e o Manchester City tem apenas seis, eu achei que o Guardiola não sairia mais da Inglaterra.
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Ora, a Premier League é um futebol milionário. Todos os fins de semana eu acompanho os jogos de lá. Agora, com a pandemia, o campeonato esteve suspenso, mas ao optar pelo prosseguimento da competição há partidas, também, durante a semana.
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Eu tenho a opinião que o futebol inglês é, no momento, o mais competitivo do esporte mundial. Eu creio que o Reino Unido não tem o mesmo sucesso em âmbito de seleções porque há muitos atletas estrangeiros ocupando espaço nos clubes locais.
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Eu sou torcedor do Liverpool e não perco uma partida na televisão. Há três brasileiros na equipe, Alisson, Fabinho e Firmino. Há mais um, o Thiago Alcântara, filho do Mazinho, que é naturalizado espanhol.
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Assim como o Manchester City de Josep Guardiola, o Liverpool do técnico alemão Jürgen Klopp também é um clube vencedor, campeão da Champions League e da Premier League. Ambos os clubes praticam o futebols de posse de bola.
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Então, até há um mês, eu considerava que o futebol praticado por clubes – Barcelona, Liverpool, Manchester City, Flamengo – que detém a posse de bola eram imbatíveis. De repente, tudo pareceu mudar. É como se o estilo Felipão, de jogar por uma bola, voltou à agenda do futebol
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O Manchester City ocupa, apenas, a quinta posição na Premier League com 29 pontos. O Liverpool prossegue na liderança, mas divide a posição com o Manchester United. No ano passado, à essa altura do campeonato, o Liverpool estava muitos pontos à frente dos seus adversários.
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O que está acontecendo? O que eu percebo é que os clubes que detém a posse da bola passam os noventa minutos do jogo girando-a para um lado e outro, mas não conseguem penetrar, afunilar, e marcar o gol.
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Na rodada 16 da Premier League o Liverpool enfrentou o Newcastle fora de casa, ficou todo o tempo com a bola, mas a partida terminou em zero a zero.
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Na rodada 17, o fato se repetiu. O Liverpool enfrentou, em casa, o Southampton, permaneceu todo o tempo com o domínio da bola e não conseguiu fazer o gol. Pior, em contra-ataque, no final do jogo, o adversário atacou e marcou. Assim, o Liverpool obteve apenas um ponto em seis disputados.
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E assim eu concluo que os clubes que mantém a posse de bola deixaram de vencer com facilidade. Os adversários fazem duas linha de quatro, não se preocupam em ficar com posse de bola, e numa escapada matam o jogo.
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O que aconteceu com o Grêmio frente ao Santos foi um exemplo do que está acontecendo. O futebol melhor do Brasil, do meu Grêmio, tomou um passeio na Arena e, depois, na Vila. O Cuca nos deu uma aula de futebol.
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Na competição seguinte o Renato parece ter absorvido a lição e praticou a lição apreendida frente ao Santos, para superar o São Paulo na Copa do Brasil.
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Enfim, eu penso que o futebol vive uma transição. O estilo de ficar com a posse de bola não é mais uma condição necessária para vencer uma partida. O futebol do Flamengo sumiu? Abel está inovando no Internacional? O que vem por aí?
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Boa tarde, leitor do blog!
FOTO ABAIXO: HIROSHIMA
Em 1974 eu bati a foto abaixo em Hiroshima, uma cidade fundada em 1589. Foi o prédio que sobrou do lançamento da bomba atômica norte-americana, conhecida como Little Boy, às 08;15 de 06 de agosto de 1945. Oitenta mil pessoas morreram na hora. Ocorreram novas mortes até dezembro, resultando um total de 250 mil óbitos em Hiroshima.
A imagem é da domo de Hiroshima. É o Memorial da Paz, ou a Cúpula Genbaku, ou seja, a Cúpula da Bomba Atômica. O prédio foi inaugurado em agosto de 1915.
A cúpula estava localizado a 150 metros do local da explosão. Um dos pontos que mais me sensibilizou em Hiroshima foi o museu local. O visitante vivencia como era a cidade naquela época.
Há filmes e fotografias mostrando a atividade da população no dia 06 de agosto antes das 08:15. Eu lembro de ter ouvido no local que os americanos fizeram a bomba explodir a 600 metros de altura para produzir um impacto maior sobre a cidade.
Há uma polêmica em torno da escolha do local como patrimônio mundial. Eu estive em Honolulu e verifiquei in loco o que os japoneses produziram em Pearl Harbor.
Paralelamente eu li um tanto sobre os ataques japoneses nas duas guerras contra a China. A Primeira Guerra ocorreu entre 1894 e 1895 e a Segunda Guerra aconteceu de 1937 a 1945. Nessa última houve 20 milhões de óbitos, dos quais 18 milhões foram chineses.
Eu volto ao assunto em breve. Eu pretendo detalhar mais o que eu vi em Hiroshima e deixar de lado, dentro do possível, a invasão dos japoneses à China.